terça-feira, 6 de maio de 2008

Índice Glicêmico

O índice glicêmico (IG) é um fator que diferencia os carboidratos, e está relacionado com o nível de açúcar no sangue.

Sempre que ingerimos carboidratos, estes entram na corrente sanguínea com diferentes velocidades. Com base nesse fato, Jenkins e cols, 1981, classificaram os carboidratos através da resposta glicêmica ou do índice glicêmico: quanto mais rápido o seu ingresso, maior será a liberação de insulina pelo pâncreas, pois o corpo tenta equilibrar os níveis de açúcar.

A escala, indicada em percentagens, baseia-se na ingestão do pão branco como comida padrão, assumindo-se IG igual a 100.

Alimentos que afetam pouco a resposta de insulina no sangue são considerados de baixo valor glicêmico, e os que afetam muito, de alto valor glicêmico.

A insulina é um homônio que tem o poder de transportar o açúcar para dentro das células dos músculos, onde se deposita na forma de glicogênio; estes depósitos, entretanto, têm uma capacidade limitada, o que faz com que todo o excesso de glicose no sangue seja convertido em ácidos gordurosos e triglicerídios, que serão armazenados sob a forma de gordura.

Caso o indivíduo continue ingerindo alimentos de alto IG, o seu organismo começa a adquirir resistência à insulina, uma vez que o seu corpo começa a produzir uma quantidade maior de insulina.

Para que haja um equilíbrio da glicemia, o organismo utiliza-se de alguns mecanismos reguladores, elevando rapidamente os níveis de insulina na corrente sanguínea e baixando os níveis de glucagon.

Após as duas primeiras horas da refeição de alto índice glicêmico, não se tem mais absorção, mas os efeitos da hiperinsulinemia persistem, resultando numa brusca queda da glicemia.

É comprovado que fatores genéticos influenciam na resposta pós-prandial (após a refeição) e que esta resposta é geralmente individual. Mas os estudos demonstram que a hipoglicemia pós-prandial seguida de uma refeição de alto índice glicêmico pode ser considerada uma regra.

Esta resposta parece ser ainda mais pronunciada e evidente em obesos. Este dado nos leva a considerar a orientação de dietas de baixo índice glicêmico para os nossos clientes, ainda mais se considerarmos o efeito rebote de fome, conseqüente da baixa circulação de combustíveis no final do perído pós-prandial.

A partir de um estudo de revisão bibliográfica sobre os efeitos do índice glicêmico na manutenção ou ganho de peso, observa-se que 99% dos estudos em humanos comprovam uma menor sensação de saciedade e uma intensificação da fome em dietas de alto índice glicêmico.

Logo, uma dieta equilibrada, com a seleção de alimentos de baixo índice glicêmico, evitaria um desequilíbrio hormonal, preservando a glicemia em níveis aceitáveis e a sua melhor utilização, evitando que haja um aumento da lipidemia (concentração de lipídeos no sangue).

Estes fatores, claramente, têm importante papel na prevenção e no tratamento das doenças crônicas como obesidade, diabetes, doenças cardíacas e até alguns tipos de cânceres.

Deixo em aberto uma possível discussão futura sobre a prática de uma atividade física e sua grande importância nesse processo de regulação e utilização da glicose.

OBS: Clique sobre a tabela para melhor visualização.

Fontes:

Dra Zuleika Salles Cozzi Halpern (Endocrinologista – Secretária da ABESO) e Mariana Del Bosco Rodrigues (Nutricionista). Revista ABESO Ed. 18 -
http://www.abeso.org.br


GALLOP, Rick. A dieta do índice glicêmico, in http://pt.wikipedia.org/ Rio de Janeiro: Sextante, 2006. 144p. tabelas. ISBN 8575422235

Tabela: Food and Agriculture Organization of The United Nations (FAO)

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